É muito barulho pra pouca obra!

Já viu o noticiário?
Estupro, abuso de poder, aborto, chacina, misoginia são os temas das pautas de todos os meios de comunicação de hoje. Como é triste ver o direito à vida ser massacrado, violado e desrespeitado. Já adianto que sou favorável às pautas feministas, à demarcação de terras indígenas, aos direitos das crianças, à ciência, à vacina e ao SUS. Ainda ter que defender e lutar por questões como estas, só reforça minha ideia de que somos uma sociedade cafona, cruel e desmemoriada que, obviamente, se reflete nas nossas (inexistentes) políticas públicas.
Mas eu nem queria trazer essas problemática à tona, pois, além de não ser especialista nesses assuntos, qualquer rede social que você frequente irá encontrar as notícias em detalhes e, também, as opiniões mais estapafúrdias. Meu intuito era escrever para clarear um pouco minhas ideias e tentar dar nomes aos bois. São tantos acontecimentos tristes e ao mesmo tempo que qualquer semelhança com uma barbárie não é mera coincidência.
É muito barulho pra pouca obra. Não dá para resolver tantos problemas graves no berro. Falta coerência, empatia, escuta, união, políticas. Há muitas carências, mas a pior delas é a ausência de políticas públicas que respeitem a diversidade e os direitos humanos. E nem precisa entender muito de políticas sociais para perceber o caos, basta ver os noticiários.
Uma corrupção ali, uma injustiça aqui, um fanatismo lá, quando se vê é um festival de horrores de interesses próprios. E o que precisa ser dito, feito e emergido, acaba ofuscado pela barulheira caótica.
Você pode até achar que política é um saco e que todos os políticos são bandidos, porém, isto não vai mudar a condição de que o povo clama por POLÍTICAS, mais do que nunca. E clama mesmo sem saber ou sem querer. Clama diante dos injustiçados povos indígenas, da misoginia, de crianças vítimas da violência generalizada. Clama, inclusive, com o aumento do preço da gasolina.
É no caos que se revela o abandono de um povo. Contudo, não adianta entrar no meio do furacão, na ilusão de salvar as vítimas. A gente tem que combater essa histeria é com elegância e educação, através do exercício da cidadania, através do voto. Não há caos que perdure diante de políticas pensadas no coletivo. Vamos fazer barulho sim, mas com o som da urna eletrônica.
Enquanto isso, a atual política inadequada e ineficiente berra.